Ato dos Mártires: a dimensão coletiva do martírio como pauta essencial de resistência dos povos originários

Bruno Pereira e Dom Phillips em fotomontagem de Guilherme Castro/Jornal da USP com imagens de Flickr e Reprodução/Twitter

Momento marcante no X Fórum Social Pan-Amazônico (FOSPA) será o Ato dos Mártires, que se propõe a abordar o martírio, não como memória resignada, e sim como elemento permanente de resistência e de inspiração nas lutas de hoje.

“Quando se fala em mártires as referências, em geral, são homens e mulheres que deram a vida pela Amazônia. Mas não são necessariamente pessoas que foram mortas na Amazônia. São também as que souberam entregar a vida até o fim pela Amazônia. São indivíduos, comunidades, territórios e natureza martirizados junto com os seus direitos É importante recuperar a dimensão coletiva do martírio”, afirma Dario Bossi, da Rede Eclesial Pan- Amazônica REPAM/Brasil, um dos organizadores do ato.

Programado para a tarde do dia 29 de julho, com a memória viva dos bárbaros assassinatos do indigenista brasileiro Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, várias serão as linguagens. Entre elas o resgate da mística e a espiritualidade que está na base das resistências dos povos e das pessoas da Amazônia. Dizer alto e em bom som que BASTA! Celebrar a vida e a firmeza destas comunidades frente às ameaças, à criminalização e à matança de seus líderes. Apreender dos testemunhos que, de fato, ensinam o que significa dar a vida pela Amazônia, defende Dario

Veja a homenagem dia 03 de julho, ao indigenista Bruno Pereira:

Com a previsão de acontecer em duas horas, o ato vai trazer a memória das vítimas da Covid, a voz de outros países, os depoimentos das viúvas, que destacam a violência redobrada contra as mulheres na Amazônia, e o resgate da força da ancestralidade, do vínculo com a natureza, da inspiração divina e da memória e legado.das pessoas martirizadas.

Não menos emocionante é a programação de cantos, danças, tambores e breve marcha até o rio  Guamá e o Tapiri da Amazônia com bênção inter-religiosa ao final.

A promoção é do Tapiri, do qual fazem parte: Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE), Fórum Ecumênico ACT Brasil (FEACT), Processo de Articulação e Diálogo(PAD), Conselho de Missão entre Povos Indígenas (COMIN), Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Comitê Inter-religioso do Estado do Pará, Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira (CENARAB), Comitê Dorothy, Conselho Amazônico de Igrejas Cristãs (CAIC), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Igreja de Confissão Luterana/Belém, Igreja Episcopal Anglicana do Brasil/Belém, Koinonia Presença Ecumênica, Rede Eclesial Pan- Amazônica(REPAM), Rede Igreja e Mineração e Rede Amazonizar.

São quatro os grandes encontros coletivos no X FOSPA, além do Ato dos Mártires. São eles: o Tribunal Popular dos Direitos da Natureza, o Tribunal Internacional dos Crimes de Guerra e a Frente Parlamentar Mundial em Defesa dos Direitos da Natureza.

Texto: Tania Coelho /  Site oficial do X Fospa